São três a principais fontes de calor a que o trabalhador está sujeito em seu ambiente de trabalho:
a) Temperatura do ar, vento e umidade;
b)Radiação do sol, das máquinas e das processadoras; e
c)Trabalho muscular.
O trabalho sob o sol é uma rotina comum nas atividades agrícolas, pecuárias, florestais e da pesca.
O desconforto térmico em ambientes quentes é responsável pela perda de: produtividade, motivação, velocidade, precisão,
continuidade e o consequente aumento da incidência de acidentes e doenças.
Cerca de 75% da radiação solar recebida durante a vida, ocorre nos primeiros 20 anos, portanto, quanto mais cedo começar
a se proteger do sol, melhor. Os efeitos da radiação solar ultravioleta (UV), em geral, só se manifestam com o passar do tempo,
pois vão se acumulando no organismo. As lesões começam a aparecer, na maioria das vezes, por volta dos 40 anos de idade.
Porisso, proteja as crianças e estimule os adolescentes a se protegerem.
O diagnóstico precoce é muito importante para se obter a cura. O câncer de pele pode e deve ser tratado.
A grande maioria dos cânceres de pele localizam-se na face logo, proteja-a sempre.
Procure um Médico Dermatologista se existem manchas na sua pele que estão se modificando, formam "cascas" na
superfície, sangram com facilidade; feridas que não cicatrizam ou lesões de crescimento progressivo. Esta recomendações
são especialmente importantes para as pessoas com pele tipo A (veja Quadro em Fator Solar), as quais devem evitar qualquer tipo
de exposição ao sol sem proteção.
| EFEITOS/DOENÇAS | SINTOMAS/OBSERVAÇÕES |
|---|---|
| 1. Fotoenvelhecimento | Pele ressecada |
| 2. Fitofotodermatite (pelo trabalho com plantas, tintas e ceras) | Prurido e hiperemia na pele |
| 3. Queimaduras solares | Eritemas de vários graus |
| 4. Dermatites de contato (pelo uso de inseticidas e fungicidas) | Prurido e hiperemia na pele |
| 5. Câncer de pele (carcinoma e melanoma) | Lesões hipercrônicas na pele |
| 6. Insolação | Tonturas, vertigens, tremores, convulsões e delírios |
| 7. Prostração térmica | Dor de cabeça, tonturas, mal estar, fraqueza e inconsciência |
| 8. Caibras de calor | Espasmos dolorosos violentos |
| 9. Redução da defesa imunológica | Infecções de repetição, leucopenia |
| 10. Catarata | Perda de visão (cristalino opaco) |
| 11. Pterígio | Conjuntivite solar |
| 12. Pindécula | Tumor na pálpebra |
A Revista Proteção de novembro/2002 e a
Revista Época de dezembro/2002, trazem reportagens de capa sobre os perigos da exposição ao sol.
Os sites do Instituto Nacional do Câncer e de algumas
Clínicas Dermatológicas, também trazem informações importantes sobre os cuidados que se deve ter com a pele.
Aliás, dessa última, pegamos emprestado um pedacinho das imagens que apresentam, para que você possa
reconhecer as doenças da pele mais comuns em nosso país.
Os raios ultravioletas (UV) penetram na pele de forma diferente: os tipo A são mais penetrantes e os tipo B mais superficiais.
Os raios ultravioletas tipo A (UVA) compõem a maior parte do espectro ultravioleta (formado por raios tipo A, B e C) e
possuem intensidade constante durante todo o ano, atingindo a pele praticamente da mesma forma durante o inverno
ou o verão. Sua intensidade também não varia muito ao longo do dia, sendo pouco maior entre 10 e 16 horas que nos
outros horários do dia. Têm comprimento de onda entre 320 a 400 nm (a luz visível vai de 400 a 700 nm) e não são
absorvidos pelo vidro. Penetram profundamente na pele (vide figura acima), sendo o principal responsável pelo
fotoenvelhecimento. Tem importante participação nas fotoalergias e
também predispõe o indivíduo ao surgimento do cancer de pele.
Os raios ultravioletas tipo B (UVB) têm comprimento de onda entre 290 e 320 nm, penetram superficialmente na pele e são
absorvidos pelo vidro das janelas. Sua incidência aumenta muito durante o verão, especialmente nos horários
entre 10 e 16 horas, quando a intensidade dos raios atinge o seu máximo. São os responsáveis pelas
queimaduras solares e pelo câncer de pele.
Inicialmente vamos ver o rosto de uma pessoa com queimaduras solares:

Em seguida vejamos alguns sinais, também no rosto, do chamado fotoenvelhecimento:

Agora vejamos um dos cânceres de pele mais comuns, conhecido como Carcinoma basocelular.
Apesar de ser o mais frequente, é o menos perigoso de todos. Seu crescimento é lento e muito raramente
se espalha. Pode se manifestar de várias maneiras. Feridas que não cicatrizam ou lesões que sangram com facilidade quando
nelas se esbarra, podem ser um carcinoma basocelular.

O segundo câncer de pele mais comum é o Carcinoma espinocelular. Apresenta um crescimento mais rápido
que o basocelular e as lesões maiores podem se espalhar pelo corpo. Também conhecido como carcinoma epidermóide,
é bem menos frequente que o basocelular. Aparece mais na boca, lábios e áreas de mucosa.

E, finalmente, o temível Câncer de pele malígno ou melanoma. É um tumor muito grave que se origina das células
que produzem o pigmento da pele: melanócitos. Frequentemente se espalha para outros órgãos (cérebro, inclusive),
sendo de extrema importância o diagnóstico precoce para a sua cura. Pessoas que possuem sinais escuros na pele devem se
proteger dos raios ultravioletas do sol, que podem estimular a sua transformação. A figura abaixo mostra um melanoma em
fase inicial, ainda restrito à camada mais superficial da pele, podendo ser retirado por cirurgia.

Efeitos combinados com outros agentes podem agravar o trabalho sob o sol: agrotóxicos, água salgada, claridade
excessiva ou ofuscamento (fadiga visual), o calor das máquinas (o trator, por ex.), umidade relativa do ar elevada
(dificulta a evaporação do suor), obesidade (dificulta a manutenção da temperatura corporal normal), o uso de
medicamentos como a sulfa e a tetraciclina (são sensibilizantes a alergias), a proximidade dos trópicos (maior
incidência dos raios solares), a altitude elevada (aumenta a incidência de radiações ultra-violetas), etc.
