Os principais parâmetros hidrológicos dos lagos são os seguintes:
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A imagem acima apresenta os principais elementos hidráulicos da seção transversal de um curso d´água, para que se entendam os parâmetros hidrológicos envolvidos na Limnologia.
As represas ou reservatórios são ambientes que diferem dos lagos, fundamentalmente, por 2 fatores: a) introdução constante de sedimentos e nutrientes dos seus tributários; e b) a água é renovada com maior frequência, pela ação dos vertedores (menor tempo de concentração ou de residência = volume/vazão).
Vale lembrar que a equação usada para o cálculo da descarga ou vazão nos córregos é: Q = A x V onde Q=vazão (m3/s), A=área(m2) e V=velocidade média do escoamento(m/s).
Embora haja poucas regras que governam as comparações da área dos lagos, esta afeta uma série
de importantes relações, dentre as quais, três merecem destaque:
a) A razão da área com o seu perímetro;
b) A porcentagem do volume total de água que é influenciada pela luz solar; e
c) A razão da área da bacia com a área do lago.
Assim, um lago pequeno que apresente uma grande relação do seu perímetro com o volume d´água,
pode ser mais suscetível ao impacto das margens ou das atividades antrópicas da bacia.
As vazões ou descargas influem no padrão de circulação da água nos lagos e, principalmente, nos reservatórios das hidrelétricas, que possuem uma programação diária de abertura e fechamento de suas comportas, vertedouros e descarga de fundo.
As vazões influem na velocidade média de escoamento do fluxo, no tempo de detenção e na diluição de poluentes.
Em termos de degradação ambiental, quanto mais rápido o lago renova as suas águas (menor tempo de detenção) melhor, pois assim os poluentes são expulsos antes que causem danos maiores à biota aquática e ao homem que usa a água e os peixes do mesmo. Mais rápido, também, ele responderá às atividades de controle da poluição na bacia.
T = V / Q onde: T=tempo de detenção (dias); V=Volume do reservatório (m3) e Q=Descarga ou vazão (m3/s x 86.400s).
Quando os reservatórios apresentam tempo de detenção superior a dez (10) dias, suas características morfométricas têm papel fundamental na determinação do número de estações de amostragem. Se o reservatório for profundo na zona da barragem e T > 100 dias, pode apresentar estratificação térmica. Para efeito de monitoramento, é recomendável estabelecer, pelo menos, uma estação de amostragem em cada um dos 3 compartimentos do reservatório: zonas de influência dos rios; zona de transição; e zona lacustre, próxima à barragem.
A Tabela abaixo apresenta, para comparação, 6 tempos de detenção, sendo que, os três primeiros referem-se a reservatórios e os demais a lagos propriamente ditos.
TEMPO DET. | SIGNIFICADO |
---|---|
< 10 dias | similar a rio |
10 dias a 1 ano | intermediário |
> 1 ano | caract. lacustre |
1 a 20 anos | pequeno |
20 a 200 anos | médio |
> 200 anos | grande |
A flutuação do nível d´água pode ser um fenômeno natural e sazonal (em função da evaporação) ou artificial, ditado pela(s) abertura(s) da(s) comporta(s) de uma hidrelétrica, por exemplo.
Essa flutuação interfere na área do lago, no volume remanescente, na profundidade média, na penetração da luz solar e, nos casos extremos, no revolvimento do lodo do fundo pelas ondas e pelas embarcações, prejudicando a biota aquática.
No caso das represas, como durante o ano há flutuação da descarga nos tributários, dependendo do seu volume, estas podem sofrer oscilação significativa em seu N.A.
Teoricamente, o local mais profundo de um lago, fica na intersecção do comprimento com a largura máximos; enquanto nas represas ou reservatórios, geralmente, fica próximo à barragem.
Na figura inicial (lá de cima), a profundidade mostrada é a máxima. Contudo, a mais representativa é a profundidade média, obtida quando se divide a área da seção transversal pela largura média. A profundidade do lago ou reservatório tem a ver com a penetração da luz solar na coluna d´água (zona fótica) e com a possibilidade da ocorrência da inversão térmica.
A importância hidrológica de um lago não é medida apenas pela sua extensão (comprimento e largura), mas também pela continuidade do seu espelho dágua, cuja maior medida em linha reta (sem cortar qualquer obstáculo físico como ilhas e penínsulas) é chamada de fetch.
A equação de Stevenson-Molitor é usada no cálculo da altura de ondas em reservatórios:
h=0,092raiz-quadrada(Vv.f)+0,76-0,261raiz-quarta(f) onde Vv=velocidade do vento(km/h) e f=fetch(km)
Ex.: para f=0,59km e Vv=40km/h ---> h=0,98m (ondas máximas de 98 cm).
As ondas, como se sabe, interferem na agitação da massa líquida (aumentam a turbidez) e facilitam a dissolução do oxigênio do ar na água.
A foto abaixo apresenta a terminologia técnica utilizada para designar algumas feições hidrológicas de um córrego no interior de uma floresta.