Para a aplicação dos agrotóxicos na lavoura, as duas primeiras atividades do processo (escolha e manuseio), situam-se entre as que apresentam os maiores riscos de acidentes e contaminação.
Designamos por escolha, o ato de selecionar o produto (de origem comercial ou fabricado na própria fazenda, como o biofertilizante feito a partir do estrume do gado ou feito com fumo de rolo, por exemplo) que deverá resolver o problema específico de uma praga ou doença que esteja atacando a plantação. Chamamos de manuseio o ato do preparo, formulação e mistura do(s) produto(s).
classe | alvo |
---|---|
Acaricidas | Ácaros |
Fungicidas | Fungos |
Herbicidas | Ervas daninhas |
Inseticidas | Insetos |
Nematicidas | Nematóides |
Quem deve escolher o tipo de agrotóxico a ser utilizado é o Engenheiro Agrônomo (através do uso do Receituário Agronômico) e não o seu revendedor ou o agricultor, por mais experientes que sejam estes últimos. Mesmo assim, apenas um pequeno e seleto grupo desses Profissionais, está legal e tecnicamente habilitado a receitá-lo.
Entre os riscos e prejuizos do agricultor quando da escolha errada do produto, relacionamos os seguintes:
Além da aplicação do agrotóxico no campo, esta é a outra oportunidade em que o agricultor entra em contato direto com o produto.
Um dos maiores problemas nessa fase da aplicação do agrotóxico é o não atendimento das recomendações do fabricante do produto quanto ao manuseio correto e leitura da bula. É aqui que encontramos os problemas: quando o agricultor não é analfabeto, sente dificuldades de interpretar as orientações contidas no rótulo do produto.
Assim, entre os riscos de um manuseio inadequado do(s) produto(s), destacamos:
A maioria dos acidentes com agrotóxicos ocorre, justamente, durante o seu manuseio: no preparo da calda e na aplicação do produto no campo. Daí a necessidade do agricultor procurar um Engenheiro Agrônomo, para que este, recomende o produto adequado, a formulação correta e a técnica de aplicação mais indicada.
Um engano comum é pensar que o aumento da dosagem (ou o preparo do produto mais concentrado) vai resolver o problema (da praga ou doença da planta) mais rápido. Saiba que o uso de um produto mais tóxico do que o necessário, pode colocar em risco (de intoxicação) as pessoas, os animais, o meio ambiente e a própria planta. Assim, prepare somente a quantidade necessária à aplicação a ser feita. Nunca prepare o produto para deixar armazenado para a próxima aplicação. Siga as dosagens indicadas no rótulo ou as instruções de um Técnico.
Outras recomendações para o manuseio correto dos agrotóxicos, antes da sua aplicação na lavoura, são:
1 - Utilize os Equipamentos de Proteção Individual - EPI´s indicados no rótulo do produto;
2 - Para abrir as embalagens, use o abridor adequado, em vez de improvisar com talhadeiras, formões, canivetes, etc.
3 - Ao misturar a calda, utilize um pedaço de madeira ou um misturador adequado e/ou luvas impermeáveis;
4 - Mantenha o produto em sua embalagem original, evitando colocá-lo em recipientes que não possam ser identificados
facilmente pelas demais pessoas;
5 - Não reaproveite as embalagens dos produtos químicos, principalmente como depósito de água;
6 - Siga rigorosamente o PERÍODO DE CARÊNCIA do produto;
7 - Para colocar o líquido no pulverizador, use um funil adequado pata evitar a contaminação do local;
8 - Não use pulverizador com defeito ou vazamentos e não desintupa os bicos com a boca;
9 - Não permita que pessoas fracas, idosas, crianças, gestantes, doentes ou destreinadas, apliquem agrotóxicos;
10 - Se ventar durante o trabalho, caminhe numa direção que faça com que o vento carregue o produto para longe do seu corpo;
11 - Mantenha a distância de, pelo menos, 15 m de distância dos demais trabalhadores do local; e
12 - Se durante o trabalho o produto atingir o seu corpo desprotegido, lave imediatamente a parte atingida com água corrente e sabão.
Ao terminar o serviço, tome um belo banho e ponha para lavar as roupas e demais EPI´s.