Os fitoplâncton são algas [principalmente dos grupos Pyrrophyta (dinoflagelados) e Chrysophyta (diatomáceas)], cuja presença e concentração nos lagos e reservatórios está fortemente associada ao estado trófico do manancial.
As algas (plantas inferiores que não apresentam organização complexa do corpo e que
produzem a fotossíntese) são importantes para o ecossistema lacustre porque:
Como muitas plantas superiores, as algas precisam de luz, de suprimento de nutrientes inorgânicos e de faixas específicas de temperatura para crescerem e se reproduzirem. Dentre esses fatores, o suprimento de nutrientes (especialmente o Fósforo) é um dos principais, pois é ele que ditará a evolução do seu crescimento.
Há uma série de fatores ambientais que influem no crescimento das algas nos lagos e reserevatórios.
Os principais são os seguintes:
É a combinação destes e de outros fatores ambientais que determinam o tipo e a quantidade de algas encontradas em um lago. É importante observar, contudo, que esses fatores estão sempre num estado de fluxo. Isso porque a multiplicidade de eventos, inclusive a mudança das Estações, o uso dos terrenos da bacia e as enxurradas que, constantemente, criam "novos ambientes" no lago.
Essas mudanças ambientais podem ou não apresentar ótimos habitats para o crescimento ou mesmo a sobrevivência de uma espécie particular de alga. Consequentemente há, em geral, uma sucessão de espécies diferentes de algas no lago ao longo do ano e de ano para ano.
Costuma-se utilizar a concentração de clorofila (em ug/l) para expressar a biomassa fitoplanctônica. Assim, o estudo do fitoplâncton e da biomassa (Clorofila-a), associado aos parâmetros físicos e químicos, pode detectar possíveis alterações na qualidade das águas, bem como avaliar tendências ao longo do tempo, que se reflitam em modificações no habitat ou no comportamento dos organismos aquáticos. Além disso, a análise dos níveis de clorofila pode estabelecer uma correlação entre a ocorrência das espécies e a biomassa e, desta forma, buscar indicadores biológicos da qualidade de água.
As algas (e outras partículas em suspensão) contidas numa amostra de água e retidas em papel de filtro, serão analisadas em laboratório para a obtenção da concentração da Clorofila-a. Um dos métodos, consiste na extração, durante 12 horas, com acetona a 90%, dos pigmentos existentes no resíduo da filtração da amostra de água. Após esse tempo, a solução é centrifugada e o líquido obtido tem sua absorvância determinada, nos comprimentos de onda específicos (Aminot e Chaussepied, 1983).
As amostras de superfície são coletadas diretamente nos frascos (como mostra a figura ao lado) e as amostras de profundidade, são obtidas com auxílio da garrafa tipo Van Dorn de 5 litros.
A concentração de clorofila-a na água está diretamente relacionada com a quantidade de algas presentes no manancial. A concentração excessiva de algas confere aos lagos a aparência indesejável de "sopa de ervilha". As características da qualidade da água determinam que espécies de algas estão presentes. Lagos com elevados níveis de nutrientes, tendem a suportar um maior número de algas do que aquelas com baixo nível desses elementos. Outros fatores, como: temperatura, profundidade, pH e alcalinidade, também influem nas espécies e no número de algas encontradas nos lagos.