Cerca de 1/3 dos municípios brasileiros com menos de 20.000 habitantes não têm água tratada; 75% têm menos
de 10.000 habitantes. Para fins de política de distribuição de água, considera-se:
Designação | No. de habitantes |
---|---|
povoado | < 2.000 |
vila | 2.000 a 10.000 |
cidade | > 10.000 |
Uma família gasta em média uma hora por dia para ir buscar água nos açudes, no Nordeste barsileiro. Além desse período improdutivo, acrescente-se: o cansaço, o mal à coluna vertebral, e o risco à saúde pela água (na maioria da vezes) de má qualidade.
Na Zona Rural, a política de distribuição da água potável, está relacionada à escolha da solução
técnica a implantar e esta, por sua vez, depende dos recursos humanos e financeiros disponíveis. A saber:
Indivíduo, aqui, deve ser entendido como residência ou fazenda. A solução individual deve ser a escolhida no caso, por exemplo, da propriedade ficar isolada e distante de outras fontes de suprimento mais vantajosas e, no caso da captação da água da chuva, quando o telhado for construído com material impermeável. Assim, uma chuva de 20 mm sobre um telhado de 50m2, enche um reservatório de 1.000 litros, que dá para 5 pessoas consumirem 70 l cada, durante 3 dias.
A construção de cisternas que acumulem a água da chuva captada nos telhados, estocando-a para os períodos de estiagem, é uma solução simples, relativamente barata e que pode pôr fim definitivamente à falta de água para o consumo humano em todo o Semi-Árido brasileiro. Cada qual atende a uma família de 5 pessoas, durante 1 ano, e 200 mm de chuva, com apenas R$ 1.000 de investimento. O site da FEBRABAN dá outros detalhes.
A solução deve ser coletiva, quando as residências se encontrarem próximas umas das outras, como no caso das agrovilas.
Outras alternativas são a técnica do chafariz ou bica no lote, onde uma única torneira serve a toda uma comunidade (como na foto da pracinha ao lado) ou a solução dita convencional, que será vista adiante.
Segundo a Fundação Serviços Especiais de Saúde Pública - FSESP (dados de 1981), o consumo mínimo de água potável na zona rural deve ser de 30 l/hab.d e um máximo de 50, quando realizado por meio de torneiras públicas (chafarizes). Nas pequenas comunidades, admite-se até 60 l/hab.d, quando a solução for a rede de distribuição, em geral ramificada.
A solução convencional é aquela adotada nas cidades, onde o serviço de abastecimento d´água é completo e compreende: captação, reservação, tratamento e distribuição. Os canos, em geral, são de maior diâmetro (como o da foto), a rede é do tipo em anel ou malhada, e os custos de implantação e de manutenção, também são elevados.
Nas cidades, o consumo per cápita de água potável varia com o tamanho da população a ser
abastecida, segundo a tabela abaixo:
No. de habitantes | l/hab.dia |
---|---|
< 2.000 | 100 |
2.000 - 5.000 | 120 |
5.001 - 50.000 | 150 |
> 50.000 | 180 |
Essa taxa também varia de região para região e, nas cidades grandes, é bem maior do que os valores apresentados. Assim, por exemplo, enquanto no Sudeste foram distribuídos 360 l.c.d. (litros por cabeça e por dia) em 2000, no Nordeste, a média foi de apenas 170 litros (dados do IBGE - março/04).
Animal | l/cab.dia |
---|---|
aves | 0,02 |
caprinos e ovinos | 8,8 |
bovinos e equinos | 22 |
As taxas de consumo das indústrias rurais mais comuns são as seguintes:
Indústria | m3/t do produto |
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laticínios | 5 |
frigoríficos e matadouros | 18 |
sucos e conservas | 59 |