Revista Extensão - Edição 06

Editorial



















Equipe Nova Revista de Extensão
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Revista Extensão - Edição 05

Editorial



Depois de um longo recesso, a Revista Extensão está de volta. Com novo projeto gráfco, ela retorna para aproximar toda a comunidade acadêmica – alunos, servidores técnicos-administrativos e pro- fessores – e a população de Seropédica das ações da Extensão Universitária da UFRRJ. Além de espaço para projetos, programas e vivências, a Nova Revista Extensão trará reportagens sobre cursos, eventos e prestação de serviços.

Partimos do princípio de que a extensão é a prática do ensino além da academia, através da prestação de serviços às necessidades da sociedade. Sendo assim, essa relação só terá efcácia garantida através da comunicação. E esse é o nosso papel: fazer desta publicação a interface entre todos os públicos relacionados com as atividades extensionistas praticada pela UFRRJ.

Para a primeira edição, preparamos textos sobre assuntos variados dentro do universo extensionista e também uma reportagem especial sobre o mais importante evento de Extensão do Brasil – o 5º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, que foi realizado em Porto Alegre (RS), no fnal do ano passado. Temas de relevância na- cional foram apresentados e discutidos ali. Durante quatro dias, professores e alunos de universidades de todo o país expuseram seus trabalhos e propuseram algumas ideias novas no cenário da Extensão. Tentamos, com nossos textos, fazer com que os leitores sintam um pouco da rica troca de experiências proporcionada pelo evento.

Esperamos que vocês gostem e interajam conosco. Mandem-nos sugestões, críticas, textos, ideias. Este espaço é de todos que desejarem contribuir para uma Extensão cada vez mais acessível e atuante. Agradecemos o apoio da coordenação do curso de Comunicação Social, ao pró-reitor de Extensão, José Cláudio Souza Alves, ao secre- tário executivo Eduardo Alves Inez e ao professor de Editoração Eletrônica Francisco Valle, que nos apoiaram na elaboração desta revista

Equipe Nova Revista de Extensão
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Revista Extensão - Edição 04

Editorial


Um rio, um inseto, uma escola, comida, uma doença, palavras e plantas. Olhando assim, estas palavras parecem sem nexo, ou com uma causalidade imediata, por exemplo: - No rio contaminado desenvolve-se um inseto que infecta crianças de uma escola através da merenda, provocando uma doença conhecida por diferentes nomes ou palavras, que pode ser combatida usando determinadas plantas.

Na verdade há uma relação entre estas palavras. Mas não a sugerida acima. Nesta relação, há uma complexidade, há mediações de diferentes fatores.

O rio é o Guandu, que precisa ter suas margens reflorestadas se quiser sobreviver e abastecer de água a maioria da população da Região Metropolitana. O inseto é a abelha sem ferrão, espécie nativa que precisa ser preservada e introduzida no sistema familiar de produção. A escola é o Caic Paulo Dacorso Filho, que preocupa-se com a formação integral das crianças, na qual projetos de extensão, como os que tratam da alimentação adequada para crianças obesas e abaixo do peso insere-se enquanto prática educacional. A doença é a leishmaniose que está associada à água contaminada pelo seu mosquito transmissor. As palavras são os termos utilizados pelos moradores do campo ao se referirem a partes anatômicas dos animais que criam e que formam um dicionário que auxilia toda aquele que lida com a criação e cura destes animais. As plantas compõe o herbário do Instituto de Biologia e que preserva um importante acervo de espécies para estudo e preservação. Diz respeito diretamente à manutenção da nossa biodiversidade.

Pensar agora aquelas palavras nos leva a um exercício muito maior. De fato, são inúmeras e múltiplas as conexões entre elas. Água limpa do Guandu e água contaminada da leishmaniose. Biodiversidade e obesidade. Abelhas, mel e alimentação adequada. Dicionário e palavras ensinadas na escola.

A extensão é isto. Complexa rede de relações que invertem e subvertem as formar tradicionais de pensar e aprender.

José Claudio Souza Alves
Decano de Extensão
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Revista Extensão - Edição 03

Editorial


A extensão, por não caber em si, vive permanentemente na fronteira. No limiar de conhecimentos e práticas muitas vezes não identificadas ou reconhecidas. O conhecimento da sala de aula ou do laboratório torna-se relativo. As condições reais de um criador de caprinos, de um agricultor familiar, do mais sábio que acumulou experiências ao longo da sua vida impõem problemas que somente a prática, o diálogo e muitas vezes a transgressão do convencional permite compreender.

O outro é o coração da extensão. Outro aqui como o desconhecido, o diferente, o muitas vezes não classificado, o estranho, aquele que se distingue completamente.

No encontro com o outro, o imprevisível. Não há grandes certezas. As combinações de elementos presente na criação de um animal, no plantio, na convivência humana, por mais simples que pareça muitas vezes esbarra em desafios insuperáveis.

A relação entre degradação ambiental, doenças, pobreza, ausência de políticas públicas e desconhecimento fazem parte do cotidiano da extensão. Os que se põem o desafio sentem na pele os efeitos de fatores, muitas vezes subestimados, nos resultados alcançados, para o sucesso ou insucesso.

A extensão, assim, quando compreendida mergulha na dimensão própria da vida. Complexa e simples. Frágil e resistente. Dura e maravilhosa. Algo do qual fazemos parte, sem muitas vezes entender direito. Enfim, um grande mistério.

É com este espírito que a extensão da UFRRJ acolhe Tânia Mara Melquiades de Souza. Não nos detemos na sua ausência, na tristeza de não tê-la entre nós. Trazemos sua presença, nos limites que a própria extensão nos introduz. Limites da compreensão do que é a vida e daquilo que lhe dá sentido.

Agradecemos, assim, a ela. Que na simplicidade da sua vida nos revelou o que tinha de melhor. E que ao compartilhar conosco, nos permitiu entender e viver, um pouco mais, o significado das coisas que nos movimenta na direção do outro. A extensão, assim, esbarra na fronteira do que é eterno nela mesma. Obrigado Tânia.

José Claudio Souza Alves
Decano de Extensão
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Revista Extensão - Edição 02

Editorial


A extensão, freqüentemente, é definida por aquilo que ela não é. Ou seja, ela é tudo o que não for ensino: disciplina, aula, nota, prova etc, ou que não for pesquisa: pós-graduação, iniciação científica, laboratórios, projetos de pesquisa etc.

Progressivamente, essa concepção vem dando lugar àquela na qual a extensão estabelece uma relação fundamental com o ensino e a pesquisa, potencializando-os e dando-lhes um caráter novo, de interação com a sociedade e transformando-a.

A água deixa de ser o H2O e se transforma na lúdica brincadeira de crianças que a observam, vêm sua condição poluída, a purificam, reconhecem sua importância, aprendem a preservá-la e criam uma peça teatral infantil para ajudar outros a refletirem sobre ela. Em outro caso, a preservação da água de um rio fundamental para a sobrevivência de milhões de pessoas, como é o caso do Rio Guandu, permitirá a qualificação de apenados, que se transformam em agentes ambientais, responsáveis pelo reflorestamento das margens do referido rio. Águas lúdicas nas mãos de crianças, lavam agora as trajetórias sofridas dos que são punidos, permitindo-lhes uma nova forma de ver as coisas. Recuperam-se ao recuperar um rio. Plantam seus novos destinos. Sementes de água em covas verdes de esperança.

Para o Grupo de Estudos da Amazônia – GEA, a água é o grande caminho. Rios da região amazônica que recortam imensas regiões. A água dá o acesso, dá o peixe, dá o encontro, da o açaí e permite às Casas Familias Rurais, que na sua pedagogia da alternância imita as marés, receber estudantes da Rural nessa imersão completa na vida das populações ribeirinhas. Lúdica e regeneradora, a água torna-se o grande meio que aproxima culturas, valores, sofrimentos, lutas e conquistas.

A extensão é, assim, a intensionalidade que transpõe idade, grades, regiões, culturas, projetos de vida e permite o encontro com o outro: desconhecido, diferente, discriminado, desqualificado. A partir deste encontro, nada mais será como antes na vida de todos os envolvidos. Nasce algo íntimo, belo, muitas vezes inclassificável nos manuais científicos. Eis ai a extensão.

José Claudio Souza Alves
Decano de Extensão
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Revista Extensão - Edição 01

Editorial


A Rural tem ações de extensão de qualidade e em número crescente. A visibilidade dos projetos, programas, eventos, cursos e serviços prestados aumenta a cada ano.

Em 2006, foi previsto que as ações atingiriam 20 mil pessoas. Elas atingiram 37 mil. Em 2007, previu-se atingir 40 mil pessoas, atingiu-se 85 mil.

O muro invisível que separa a Rural da população de Seropédica começa a ser transposto por meio de projetos que dialogam com gestantes, melhor idade, crianças, estudantes e professores da rede pública, agricultores, assentados rurais, jovens urbanos, comunidade afro-descendente, grupos culturais e artistas populares, etc.

A extensão também se inicia no Instituto Multidisciplinar, em Nova Iguaçu e, ainda em projeto, no campus de Três Rios, enquanto compromisso de uma universidade que se constrói face a face com a sociedade, que a mantém, mas que pouco sabe ou sente quanto aos seus efeitos em sua vida.

A revista Extensão, que agora se inicia, pretende estimular a prática da extensão. Torná-la mais consciente de si mesma, no seu fazer-se, avaliando-se e propondo novos caminhos.

As quatro paredes da sala de aula, do ensino, e as quatro bancadas dos laboratórios, da pesquisa, ganham as quatro direções da roda dos ventos, nos espaços sociais e geográficos, rurais e urbanos, locais e globais.

Falar e ouvir ensina. Manipular e experimentar também. A troca existencial em ações que transformam, grava no coração um compromisso que vai além do mercado, além do dinheiro, além do poder.

A extensão são as pernas de uma universidade que caminha ao lado dos segregados pela violência, pela ignorância e pela corrupção.

Trata-se, pois da condição humana, de um projeto de país, de um destino de nação e do seu papel no mundo.

A extensão é a revolta do conhecimento indignado, para além da domesticação e subordinação do saber aos donos do poder e do capital. O coração do conhecimento numa sociedade sem o coração da solidariedade.

José Claudio Souza Alves
Decano de Extensão
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A Revista Extensão é uma publicação do Decanato de Extensão da UFRRJ
Registrada na EDUR-UFRRJ: ISSN 1984-1825 - © 2008 / 2009
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