Autor(a):
MÁRCIA DE FÁTIMA INÁCIO FREIRE
Resumo:
As propriedades antifúngicas de 31 extratos, obtidos a partir de folhas e caules de Vernonia scorpioides (Lam.) Pers. (11), Vernonia sericea Rich. (10) e Vernonia diffusa Less. (10), foram testadas para Aspergillus flavus, A. parasiticus, A. ochraceus, A. fumigatus, Penicillium citrinum e Fusarium sp, produtores de micotoxinas. Dois processos diferentes deram origem aos extratos: um, com extrações consecutivas em solventes orgânicos de polaridade crescente (hexano, clorofórmio e etanol 70%) em aparelho de soxhlet, e outro por água a 60ºC durante 60 minutos, ambos a partir de material previamente seco e granulado. Um extrato bruto aquoso, de folhas verdes, obtido de V. scorpioides, serviu para ensaio preliminar e apresentou resultados positivos de antibiose para A. ochraceus e P. citrinum. Os ensaios realizados através da incorporação de 0,5 mg/ml, em meio de cultura, dos extratos obtidos de V. sericea e V. diffusa não alteraram o desenvolvimento fúngico. Somente extratos de V. scorpioides originaram resultados satisfatórios. Os extratos de V. scorpioides de folhas e caules foram testados pelo método de difusão em agar, nas concentrações de 1 mg, 3 mg e 5 mg para cada 100 ml de diluente, em poços escavados no centro de placas de Petri. Os extratos clorofórmicos e hexânicos, obtidos a partir de caules foram extremamente eficientes originando halos de inibição com 40,0, 50,0 e 80,0 mm, respectivamente. O desenvolvimento de hifas, na presença desses extratos mostrou-se incipiente. Os extratos de folhas também apresentaram efeitos semelhantes porém com menor intensidade. Tal resultado sugere ação fungicida, uma vez que não se conseguiu, à partir dos tratamentos, realizar subcultivos em meio Czapeck-Dox isento de inibidores. Os extratos de caule, obtidos com hexâno e clorofórmio, foram avaliados quanto a toxidez para camundongos albinos. Não houve interferência no estado geral, ou ganho de peso, dos animais tratados durante 6 dias subsequentes a administração oral dos mesmos. Através dos espectros no infravermelho dos extratos ativos, observou-se a existência de sinais, característicos do estiramento de carbonilas lactônicas (com absorção entre 1750 cm-1 e 1770 cm-1) ativas, sugerindo a presença provável de micromoléculas do tipo lactonas sesquiterpênicas, responsáveis pela atividade observada.