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APL da banana no Rio de Janeiro |
#A história da cultura da banana no Estado do Rio de Janeiro mostra que a banana sempre foi uma cultura com que recebeu atenção secundária, sendo cultivada em áreas de encosta, não ocupadas por culturas como a cana-de-açúcar, café e cítricos, que tradicionalmente ocupavam áreas mais férteis e planas da Região. A produção se caracteriza por pequenas propriedades, de 2 ha a 50 ha, que cultivam a banana e que, apesar da falta de tecnificação, são favorecidas por condições edafoclimáticas apropriadas. Existem quatro regiões principais onde ocorre a cultura da banana, sendo elas a Bacia do Sepetiba (incluindo os municípios do Rio de Janeiro, Itaguaí, Seropédica, Paracambí), a Bacia da Ilha Grande (incluindo os municípios de Mangaratiba, Angra dos Reis e Parati), a Região Serrana (incluindo o município de Cachoeiras de Macacu e adjacências) e a Região Noroeste (incluindo o Município de Casimiro de Abreu e adjacências). A cultura da banana hoje é extensiva, com poucos tratos culturais, com sistema de colheita, seleção e beneficiamento pouco eficiente. A cultura ocupa áreas de encosta e, por conseguinte, apresenta grandes dificuldades em relação à logística interna. O corte do cacho é feito de maneira inadequada e o transporte da produção realizado em lombo de burro. A inadequação dos tratos culturais provoca redução de valor para um produto que necessita de padrão de qualidade bem definido. A logística externa também é um problema importante porque a distribuição é feita por intermediários sem processo de embalagem adequado e sem o uso de técnicas que possam estender o tempo de prateleira do produto. Como resultado, produz-se uma banana sem padrão e de baixa qualidade para um mercado muito exigente. Mantidas essas características e a difícil organização de agricultor em associação ou cooperativa, tende a favorecer ao longo dos anos a ação de intermediários que se beneficiam desta situação e dificultam a colocação do produto em grandes redes varejistas ou nichos com maior valor agregado. Esta situação prejudica a existência de mecanismos de coordenação que contribuem para a eficiência econômica e a equidade social (LIMA, 2006). Como há problemas de coordenação, esta situação favorece a ação isolada dos agricultores, dificulta a implantação de pequenas indústrias e de capacitação profissional, prejudica agregação de valor através de novas tecnologias no plantio e na industrialização da matéria-prima. Essa banana sofre ainda no mercado atacadista, pesada concorrência da banana com produzida com o uso intensivo de tecnologia, irrigada e altamente produtiva existente nas áreas mais férteis de outros estados, tais como Minas Gerais (Janaúba), São Paulo (Registro), Espírito Santo (Alfredo Chaves) e Santa Catarina. Do exposto, depreende-se que a situação problema envolve: · O fato de a banana produzida naquela região não ter qualidade reconhecida pelos compradores, por conseguinte, não agregando valor ao produto; e · Como este atributo de qualidade não é reconhecido, restringe o desenvolvimento local e regional, em termos de fixação da mão-de-obra e geração de renda, bem como a integração dos produtos derivados da banana na cadeia agroindustrial nacional e internacional. Assim, as questões relacionadas com a produção de banana no Estado do Rio de Janeiro constituem um enorme desafio para os produtores, pesquisadores e autoridades envolvidas. Por um lado existem problemas de produtividade e de competitividade que tornam o negócio pouco interessante para o produtor, gerando desinteresse pela lavoura e tornando a cultura cada vez mais extensiva. A falta de atratividade da lavoura da banana no Rio de Janeiro gera um descontrole das áreas plantadas que, por se encontrarem em grande parte em áreas de encosta, tendem a invadir a Mata Atlântica gerando problemas ambientais. Assim, a atenção aos problemas de cadeia produtiva da banana no Estado do Rio de Janeiro toma uma dupla dimensão, pois, além de tratar o problema organizacional trata também do problema ambiental. |
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