MAPA MENTAL DOS PROBLEMAS DA ÁGUA

problemas da água

2.1 - FONTES

O maior volume de água do planeta (cerca de 97,2% do total) está localizado nos oceanos: isso equivale a 1,3x10^18m3 de água. Sob o ponto de vista da Engenharia Sanitária, é uma água poluída, pois, devido ao seu elevado teor salino, é imprópria para o consumo humano e animal; a menos que seja dessalinizada, o que é um processo ainda muito caro. Por outro lado, o fito-plâncton dos oceanos é responsável pela maior absorção do gás carbônico (CO2) da atmosfera.

Logo em seguida aos oceanos, temos as geleiras, responsáveis por 2,1% do total ou 29,1x10^15m3 de água. Não é à toa que o seu derretimento, causado pelo efeito-estufa, seria responsável pela elevação do nível dos mares, inundando centenas de cidades litorâneas. Já se pensou, também, em rebocar icebergs para atender alguns países árabes que pudessem pagar pelo seu transporte.

A terceira maior fonte de água do planeta está sob os continentes (lençóis subterrâneos e umidade do solo), nos poços & fontes, totalizando 0,62% ou 8,4x10^15m3 de água, o que corresponde a pouco menos de 29% da água nas geleiras.

A quarta fonte mais abundante no planeta, curiosamente, é uma das menores mas uma das mais utilizadas pelo homem: os rios e lagos, com cerca de 0,1% do total ou 230x10^12m3 de água. Historicamente, desde períodos imemoriais, os povos antigos e os atuais montam as suas tendas e cidades às margens dos rios e lagos, pela qualidade de suas águas e facilidade de obtenção. Infelizmente, também por essa razão, hoje, é a fonte mais poluída de todas.

As outras fontes, que perfazem cerca de 0,3% do total ou 13x10^12m3 de água, resumem-se praticamente à água contida na atmosfera.

2.2 - USOS

2.2.1 - Consuntivos
São aqueles que podem ser quantificados com precisão, ou seja, medidos. Como exemplo mais geral, dentre todos os usos da água doce ou potável deste tipo nos mananciais de superfície, destacam-se a agricultura (70% do total), indústria (20%) e residências (10%). Os usos consuntivos domésticos ou residenciais, apesar de variarem muito de lugar para lugar e com o nível sócio-econômico da população, são muito importantes nos projetos de redes de abastecimento.

2.2.2 - Não consuntivos
Ao contrário dos anteriores, não podem ser medidos ou quantificados e se referem ao uso da água para a geração de eletricidade, pesca e aqüicultura, navegação, esportes e lazer e diluição.

2.3 - TRATAMENTO

2.3.1 - ETA
O tratamento da água para consumo é feito na estação de tratamento de água - ETA. Consiste numa instalação onde a água bruta (retirada dos rios) sofre uma série de processos mecânicos (gradeamento), físicos (desarenação, flotação) e químicos (correção do pH, precipitação, cloração), com vistas a torná-la potável, ou seja, própria para o consumo humano e animal.

2.3.2 - Caseiro
O tratamento caseiro mais antigo e tradicional da água, principalmente na zona rural e áreas urbanas periféricas (onde não há rede pública de abastecimento) é o filtro de cerâmica. É formado por 2 pequenos reservatórios cilíndricos em cerâmica de barro que se encaixam onde, no superior, coloca-se um filtro poroso e água bruta, que fica gotejando até passar a água tratada para o inferior.

Ainda no interior do país, usam-se a sementes de moringa (uma planta) maceradas, misturadas à água bruta, com o objetivo de promover a precipitação do material sólido em suspensão e, deste modo, tratar a água.

O uso da água sanitária é um processo corriqueiro, em substituição ao hipoclorito de sódio (usado nas ETAs), para tratar a água, principalmente da chuva. Bastam poucas gotas por litro. Por ocasião dos tsunamis na Ásia, anos atrás, foi difundido um método curioso de tratamento da água contaminada, conhecido como PET ao sol (6h). Enche-se uma garrafa tipo PET com água (não totalmente), sacode-se durante cerca de 10 minutos e coloca-se ao sol direto durante 6 horas, findas as quais, a água estará tratada.

2.4 - RESERVAÇÃO

A reservação é uma etapa pós-tratamento, que consiste em armazenar a água (bruta, se for da chuva ou já tratada), para ser consumida aos poucos pela população e/ou animais.

2.4.1 - Barragens
Existem 2 tipos de barragens: as de superfície, conhecidas como açudes (muito comuns no semi-árido nordestino) e as subterrâneas, que podem ser construídas no leito de rios intermitentes, em solo arenoso sobre rochas do cristalino e pouco declive. A diferença entre a duas é a evaporação: 2.400mm/ano nos açudes e zero nas barragens subterrâneas.

2.4.2 - Cisternas
São reservatórios semi-escavados em concreto, cilíndricos, com capacidade para 16.000 litros de água, construídos próximo a casas de lavradores, para captar água da chuva proveniente de telhados ou terreiros rés o chão.

2.5 - DISTRIBUIÇÃO

2.5.1 - Nas comunidades pobres não servidas por redes públicas de abastecimento ou cisternas, nas localidades mais afastadas do semi-árido nordestino, ou nas cidades quando há interrupção no fornecimento, costuma haver a distribuição de água potável através de carros-pipa.

2.5.2 - As redes públicas de abastecimento, formadas por tubulações abastecidas por reservatórios (em geral elevados, chamados de caixas-dágua), são a forma mais comum e tradicional de distribuição da água potável à população. Essas redes podem ser de 3 tipos: ramificada, chafariz ou em anel. A rede ramificada é formada por tubulações que dão origem a ramais laterais e, ao mesmo tempo, vão diminuindo de diâmetro. A rede em chafariz é formada por um único ramal que não se ramifica e nem muda de diâmetro, mas serve a um único ponto da comunidade, em geral uma pracinha central ou a entrada de um lote periférico ou agrícola. A rede hidráulica em anel, como diz o nome, é formada por canalizações interconectadas, sob a forma de uma malha e é usada, em geral, nas zonas de maior densidade demográfica. Sua vantagem é que as pressões são melhor distribuídas no interior das canalizações, com a possibilidade de usar menores diâmetros nominais e assim baratear os custos de aquisição e instalação.

2.5.3 - Uma forma de distribuição de grandes quantidades de água para as cidades, são os canais. Estruturas hidráulicas em geral de seção trapezoidal, são comuns em alguns estados nordestinos, como o Canal do Sertão em Alagoas ou o construído para abastecer a cidade de Fortaleza-CE.

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