MAPA MENTAL DOS PROBLEMAS DO ESGOTO

problemas dos esgotos

3.1 - TIPOS

Os vários tipos de esgotos dependem da atividade social ou econômica que os gerou, de forma pontual. Portanto, não estão incluídas as fontes chamadas DIFUSAS, ou seja, aquelas que originam as águas de escorrimento superficial com origem nas chuvas e enxurradas.

3.1.1 - Domésticos são os esgotos gerados nas residências, escolas e comércio em geral, e provenientes das privadas, pias de cozinha, máquinas ou tanques de lavar roupa/louça e demais águas servidas das edificações, que se destinam à rede pública de coleta.

3.1.2 - Industriais são os esgotos provenientes das indústrias, estejam elas localizadas nas zonas urbana ou rural, não considerados aqui os esgotos oriundos dos vasos sanitários das mesmas.

3.1.3 - Agropecuários são os esgotos gerados nas atividades agrícolas, tais como a criação de animais (fezes de bois, cavalos, porcos, aves, etc.) e do processamento industrial da cana-de-açúcar para a produção de álcool combustível que gera o vinhoto, um dos maiores poluentes conhecidos.

3.1.4 - Hospitalares são os efluentes de hospitais, clínicas, postos de saúde, laboratórios e outras unidades de saúde que possam gerar águas servidas contaminadas com germes patogênicos.

3.2 - PROBLEMAS

Quando os esgotos não são coletados em redes ou adequadamente tratados nas estações de tratamento (ETEs), ficando expostos ou lançados em estado bruto nos cursos d´água, podem gerar uma série de problemas, entre os quais, os seguintes.

3.2.1 - Estético. Consiste na aparência desagradável do esgoto bruto correndo a céu aberto pelas ruas, servindo de criadouro de mosquitos, fonte de doenças e atrapalhando o trânsito das pessoas.

3.2.2 - Doenças. Estas são o que de pior os esgotos sem tratamento podem apresentar e, entre elas, podemos citar: disenterias, leptospirose, dengue, varíola, amebíase, bouba, tétano, difteria, ascaridíase e outras.

3.2.3 - Odores. Quando es esgotos domésticos ficam retidos por algum tempo, geram odores desagradáveis, por conta de gases como o sulfídrico e outros. Já os esgotos industriais, por conterem substâncias odorantes, também têm o seu cheiro característico.

3.2.4 - Consumo O2. Ao serem lançados sem tratamento nos cursos d´água, uma característica marcante dos esgotos, sejam domésticos ou de outro tipo, é o consumo de oxigênio da água desses mananciais, causando prejuízos aos peixes e elevando o custo do tratamento da água para consumo.

3.3 - VOLUME

Para se estimar o volume de esgotos domésticos produzidos numa residência ou numa cidade, p.ex., basta considerar que eles equivalem a 80% da água potável, ou seja, de cada dez (10) litros de água potável fornecida numa residência, oito (8) se transformam em esgoto bruto. Essa relação não vale para os demais tipos de esgotos que, para se estimar o volume produzido, há que se considerar outros parâmetros e/ou medições.

3.4 - DESTINO

Todo o esgoto produzido nas residências, indústrias, na zona rural e nos hospitais, deve ter um destino adequado, sob pena de gerarem os problemas antes relacionados. Por se tratarem de grandes quantidades de líquidos, os esgoto, quase sempre, têm como destino final um córrego ou um rio; mas, antes, podem transitar pelo solo, por redes de distribuição e por tanques artificiais.

3.4.1 - Solo. Esse destino se verifica com maior freqüência nos locais não servidos por redes de esgotos, como nas zonas rural e praiana e nas periferias das cidades. As soluções mais encontradas são:
a) sumidouro, nas zonas praianas arenosas;
b) fossa seca, na zona rural mais pobre;
c) vala de infiltração, também na zona rural; e
d) irrigação de plantas não comestíveis e em áreas controladas por Companhias Estaduais ou Municipais de Saneamento.

3.4.2 - Rede. As redes públicas de coleta de esgotos, feitas com tubos de cerâmica, PVC, concreto ou ferro fundido, são a forma mais adequada de conduzir as águas servidas, por gravidade, até o seu destino final. Como esses tubos devem apresentar uma declividade mínima, para ter o poder de arraste do material sólido em suspensão (de que também é formado o esgoto), nos terrenos planos, eles podem alcançar profundidades elevadas, se as redes forem longas. Neste caso, há a necessidade de uma Estação Elevatória de Esgotos, dotada de bombas centrífugas especiais, para bombearem o esgoto de volta à superfície do terreno.

As redes podem ser de 2 tipos: condominial, quando servem pequenas comunidades de baixa renda, não havendo a exigência dos canos passarem ao longo das ruas, o que encarece o projeto; e convencional, quando seguem as Normas da ABNT e conduzem as águas servidas à uma estação de tratamento ou um rio.

As Estações de Tratamento de Esgotos - ETEs, podem ser de vários tipos:
a) lodos ativados, as mais comuns, dotadas de tanques de aeração;
b) valo de oxidação, os tanques acima têm menor capacidade;
c) filtro biológico, onde o esgoto é aspergido sobre britas e recircula;
d) lagoa de estabilização, onde o tratamento é feito por algas e bactérias;e
e) reatores anaeróbicos, em que o esgoto é tratado por bactérias anaeróbicas, em unidades verticais de PVC ou concreto.

Quando a comunidade não possui ETE ou esta, por algum motivo, deixa de funcionar, os esgotos trazidos pela rede convencional podem ser jogados, sem tratamento, no rio mais próximo.

3.4.3 - Tanques. O destino dos esgotos, seja na zona rural ou em áreas periféricas às cidades, podem ser tanques de aguapés (Eichornia crassipes) ou de junco ("wet-lands"). Ambas são plantas aquáticas que retêm parte da matéria orgânica e dos metais pesados dos esgotos em suas raízes (no caso do aguapé) ou colmos (caso do junco). Esses tanques, quando bem dimensionados, podem ser considerados como uma pequena ETE improvisada e com eficiência razoável.

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