Macrodrenagem é a retirada do excesso de água do solo, acumulada em áreas relativamente grandes, a nível distrital ou de microbacia hidrográfica. A falta dessa prática pode ocasionar enchentes e a permanência de áreas alagadas, propícias à proliferação de mosquitos e impedindo o aproveitamento dos terrenos para a agricultura ou a construção de residências.
Na década de 40, os terrenos ainda virgens onde seria construída a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica-RJ, eram um grande pântano e, dizem, dava malária até em postes (risos). Foi o então Departamento Nacional de Obras de Saneamento - DNOS que, através da abertura de extensos valões (existentes ainda hoje), tornou possível sanear a região e, só então, foi construído o campus universitário.
Os problemas relacionados à macrodrenagem podem ser resumidos nos seguintes tópicos:
As principais doenças resultantes das enchentes provocadas por problemas de macrodrenagem são: leptospirose, verminoses, febre tifóide e outras relacionadas com esgotos. A leptospirose, transmitida pela urina de ratos, é grave e pode matar.
Nos terrenos planos e deficientes de drenos, quando chove muito, podem ocorrer enchentes. Às vezes existe o canal ou tubo de drenagem, mas este fica obstruído por lixo, e é como se não existisse. Pode ocorrer, também, o problema do sub-dimensionamento dos drenos, pela não utilização (pelos Engenheiros responsáveis pelo Projeto) da equação apropriada para as chuvas intensas e até pelo uso indevido do período de retorno da chuva de projeto.
Os chamados drenos a céu aberto ou canais de drenagem (vide foto ao lado) são valas escavadas no solo, geralmente de seção trapezoidal, destinadas a escoar a água empoçada na superfície. Nas áreas agrícolas, deve-se cuidar de não aprofundá-la demais, para não privar o solo da umidade necessária ao desenvolvimento das plantas.
Os drenos subterrâneos são formados por manilhas cerâmicas vitrificadas internamente (como mostra o croqui abaixo); ou por tubos de PVC perfurados.
Os poços se constituem numa solução criativa para o esgotamento de uma área alagada, quando existe uma camada impermeável não muito espessa que impede a sua penetração no aquífero abaixo.
Para interceptar as águas (da chuva ou do lençol subterrâneo) que escorrem sobre a superfície dos morros, das estradas vicinais e das ruas, pode-se construir uma valeta em meia calha, interceptando a enxurrada, como mostra a foto ao lado.
Nos projetos de macrodrenagem deve-se levar em conta:
Quando a macrodrenagem é feita por meio de tubos, além da resistência do mesmo à carga rolante, o projetista deve atentar quanto ao seu diâmetro (interno) e coeficiente de rugosidade, a fim de que atenda à vazão ou descarga de projeto. Não esquecer que os tubos de drenagem são perfurados (para a penetração do excesso de água do solo no mesmo) e apenas as galerias (como na foto) são de parede lisa e inteiriça, como nos tubos de água.
Nas cidades, é comum a construção de valões, como o da foto ao lado, de preferência com a seção transversal retangular, para ocupar a menor área da rua possível.